quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
JUNTADO OS FATOS
Entre a dúvida e a dor.
No último dia 31 de janeiro, fomos surpreendidos com a notícia que um acidente provocado por um vazamento de gás na unidade de curtume da empresa de alimentos Marfrig no município de Bataguassu, em Mato Grosso do Sul, causou a morte de quatro pessoas. Rapidamente as vítimas foram se tornando rostos e nomes, e foram elas: Marcos Vinicius da Silva Melo, Waldir Henrique Raimundo, Elimar Felipe da Silva e Karl Mateus.
Outros funcionários ficaram feridos, a maioria deles com sintomas de intoxicação, sendo que três foram levados em unidades móveis de terapia intensiva para Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Nenhum deles corre risco de morte.
Daí em diante seguiu-se várias versões para o caso.
Verdade é, que os 26 funcionários, intoxicados às 10h de terça-feira (31) no curtume do grupo Marfrig, em Bataguassu, vão ter seqüelas pelo resto da vida. Segundo o Secretário Municipal de Saúde e Diretor da Santa Casa de Bataguassu, o médico José Sebastião Andrade Júnior, que afirma que todas as vítimas, independente do grau da contaminação do ácido, da mais leve a mais grave, vão ter problemas. Ele contou que os funcionários intoxicados tiveram as vias aéreos queimadas e apresentarão problemas como asma, bronquite e pneumonite (inflamação do pulmão).
Verdade é, que o delegado de Polícia Civil de Bataguassu, Pedro Arlei Caravina (foto) disse na noite de ontem que não descarta a hipótese do acidente ter sido cometido por falha humana. Caravina reiterou também que está investigando se a empresa estava operando dentro do padrão de segurança, ou seja, sem os equipamentos especiais para manusear produtos químicos. “A ação dos trabalhadores era de alto risco, de grande complexidade, portanto a empresa tem que fornecer roupas e equipamentos especiais para essa atividade”, frisou.
Mais tarde fomos informados pela própria empresa Marfrig Frigoríficos e Comércio de Alimentos S/A, dona do curtume onde houve vazamento de gás tóxico em Bataguassu, a 335 km de Campo Grande, que o acidente, ocorrido na terça-feira (31), foi provocado pelo descarregamento de um produto químico em um tanque inapropriado.
E ainda, o Conselho Regional de Química de Mato Grosso do Sul afirma que o Curtume onde morreram 4 funcionava de forma irregular, o que a empresa Marfrig nega.
De quem é a culpa? Não sabemos ainda.
Se houve imperícia e por parte de quem, não sabemos ainda.
Todos desconfiam e opinam, mas seria leviano pré-julgar uma situação grave dessas.
Penso que a margem de todas essas dúvidas, está às famílias que perderam seus entes queridos.
Os que se foram se foram!
Perda irreparável para os pais, irmãos, avós, esposas, filhos...
O vazio que fica não há indenização que indenize, não há!
A sociedade clama por uma resposta.
A família pela justiça, afinal, eles estavam trabalhando.
Sentiam-se seguros, confiaram.
Hoje, todos lamentam.
E ficamos aqui, entre a dúvida e a dor, aguardando...
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