segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Ciúme pode ter motivado a morte de jovem na cidade de Ivinhema

Familiares e amigos de Marielle Vieira não acreditam que tenha ocorrido disparo acidental.

A Polícia Civil de Ivinhema aguarda os laudos da Perícia Técnica para confrontar as provas da cena do crime com o depoimento do jovem Caio Staut, acusado de efetuar o disparo que resultou na morte de Marielle Andrade Vieira de 18 anos. A jovem foi encontrada morta no banheiro da casa de Caio Staut, com um ferimento de bala na cabeça. O fato ocorreu na noite desta sexta-feira (20), no centro da cidade de Ivinhema.


A reportagem do Nova News ouviu pessoas ligadas à vítima e também ao autor dos disparos. Elas relataram que não acreditam na hipótese de disparo acidental e confidenciaram detalhes sobre o caso, que comoveu a região do Vale do Ivinhema e causou repercussão em todo o estado do Mato Grosso do Sul.

De acordo com relato de amigos, Caio se dizia apaixonado por Marielle, porém, esse sentimento não
era correspondido. Segundo eles, a jovem tratava o rapaz da mesma maneira como se relacionava com os demais amigos, deixando claro que o sentimento era apenas de amizade. Caio participava esporadicamente das atividades do grupo de amigos de Marielle, não pertencendo ao movimento religioso do qual ela fazia parte.
 

Quando o assunto eram os grupos de amizade da jovem, Caio se tornava uma pessoa reservada, principalmente com relação ao grupo de jovens da igreja Católica, ao qual Marielle frequentava. Em contato com familiares da vítima, o Nova News apurou que Caio desfrutava de boa relação entre eles, inclusive o autor teria estado na casa de Marielle e conversado com a mãe da garota por volta do 12h da sexta-feira (20), horas antes do crime. Em um segundo momento, Caio teria se retirado da casa em situação desconfortável, como se algo o estivesse incomodando, contou uma fonte ao Nova News.

De acordo com o relato, Marielle e Caio só voltaram a se encontrar à noite, já na residência do rapaz, que estava apenas na companhia de um adolescente, uma vez que seus pais estavam na cidade de Dourados acompanhando a filha do casal que passaria por cirurgia. Caio, Marielle e o adolescente iriam a uma confraternização na casa de outros amigos.

Os dois rapazes foram se arrumar para a festa, um em cada cômodo da casa, e Marielle teria ido ao banheiro retocar a maquiagem e o penteado. Nesse momento ocorreu o disparo do revólver calibre 38. Marielle foi encontrada morta dentro do banheiro. A porta estava aberta e não havia nenhum sinal de arrombamento, o que leva a crer que a garota estava utilizando o espelho quando foi atingida. De acordo com a Polícia Civil, a cápsula do projétil que atingiu a jovem foi encontrada dentro do vaso sanitário.

As pessoas que tiveram contato com Caio na noite de sexta-feira contaram que ele não parecia estar sob efeito de álcool e também não apresentava sintomas do uso de algum tipo de entorpecente. A reportagem entrou em contato com o delegado de Ivinhema, Ricardo Cavagna que preferiu não dar detalhes sobre o andamento das investigações. Segundo ele, em depoimento o rapaz afirma que o disparo foi acidental e como o laudo pericial ainda não está pronto, ele disse que não iria comentar outras versões.

Cavagna acredita que todo inquérito será finalizado nos próximos dias, uma vez que o autor já foi identificado e está preso. "O caso segue com seu curso normal. Caio tem seu advogado e estava lúcido ao ser ouvido. Até aqui, fizemos o que deveria ter sido feito. Ouvimos seu depoimento e agora só as provas periciais poderão desmentir a versão dele", disse o delegado.

Questionado sobre a expressão do rapaz, o delegado disse que ele apresentava um certo ar de arrependimento, o que ele classificou como normal, devido à circunstância. A reportagem perguntou ao delegado sobre a possível paixão de Caio pela vítima bem como a crise de ciúmes por ter outro garoto se relacionando ainda que de forma indireta com Marielle. O delegado insistiu em não oferecer detalhes sobre a investigação.

Segundo apurou a reportagem do Nova News, pelo menos duas versões diferentes foram apresentadas pelos dois rapazes que estavam na casa.

Caio teria passado a sustentar a versão de disparo acidental, o que para pessoas próximas à vítima é pouco provável. Uma informação que os amigos de Marielle fizeram questão de enfatizar é que ela jamais ficaria próxima de alguém que estivesse portando uma arma de fogo.

“Ela nunca ficaria perto de alguém que estivesse com uma arma sem a devida habilitação para tal. O tiro não foi acidental, Marielle não ficaria na casa se Caio tivesse mostrado a arma pra ela”, disse um amigo da jovem. O menor que estaria na casa, provavelmente também não teria tido contato visual com a arma antes do disparo.

O Nova News apresentou esse relato ao delegado, que disparou. "Ressaltamos que a versão do tiro acidental é de Caio, porém, nós podemos desconfiar dessa informação, por isso ele está detido. Só ele disse isso até agora. Logo a investigação poderá derrubar essa versão e esclarecer o que de fato ocorreu naquela noite", finalizou a autoridade policial.

O drama trouxe um clima de desolação para toda a cidade de Ivinhema. Marielle participava ativamente do grupo de jovens da Igreja Católica. "Ela acreditava em todos, amava todos e foi justamente por esse carinho e amor, até por quem não merecia, que hoje a gente chora" lamentou um amigo. 

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