O professor universitário de Física e Meteorologia da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Vagner Camarini Alves, 56 anos, é mais um integrante do Clube de Multicolecionismo de Presidente Prudente e apresenta sua coleção com mais de 10 mil selos. Segundo ele, o hobby se tornou algo oficial em sua vida em 1974, quando existia na cidade o Clube Filatélico Numismata (selos, moedas, medalhas e cédulas de dinheiro), muito atuante, do qual ele fez parte por muito tempo, inclusive da diretoria por mais de dez anos.
O colecionador possui alguns selos em folhas fechadas, principalmente da década de 70, com carimbos comemorativos, coleções clássicas (todos novos), que fazem parte de uma série comemorativa, como do 12º Campeonato Mundial de Futebol, tricampeonato do Brasil de 70, milésimo gol do Pelé, Campeonato Mundial de Fórmula 1, João do Pulo quando bateu recorde mundial em salto triplo, aniversário de Brasília (DF), Semana da Aviação, homenagem ao 14 Bis, Santos Dummond, milésima agência do Banco do Brasil, Semana do Folclore, especial de Natal, primeira visita do papa João Paulo II no Brasil, comemorativo da exposição filatélica Luso Brasileira, Brasil e Portugal, entre outros milhares.

Colecionador garante que não tem um selo preferido, ama cada um como se fosse um filho; muitos deles são comemorativos
Vagner diz que sente um grande prazer com seu hobby, pois colecionadores dificilmente se desviam do que é correto. Apesar de ter uma vida social, não se envolve com exageros do mundo moderno.
Interessante
O professor expõe que cada selo tem um folheto de lançamento que conta a história dele, então o colecionador muitas vezes adquire também o edital. No site dos Correios, é possível conseguir esse material. A agência também emite a revista “Coffe” que traz, além do que está no edital, todos os selos de lançamento e alguns históricos do passado.
“É bom lembrar que o colecionador pode optar por guardar selos novos ou usados. O valor da coleção é praticamente o mesmo, o que é diferente é o do selo na hora da troca ou venda”, salienta.
Vagner diz que não é nenhum fanático que corre atrás, desesperado para adquirir um selo, mas sempre que sai um novo nos Correios, vai e compra. Ou quando fica sabendo de alguém ou um evento que tem algum que ele não tenha vai e troca. Por isso tem vários repetidos.
Na medida certa
O colecionador frisa que nunca gastou tanto em um selo, já chegou a pagar R$ 500 por um, mas a família está em primeiro lugar. Ele diz que tem filhos para se formar, enfim, tem que ter os pés no chão e quando começa a passar dos limites é preciso parar e pensar.
“O importante desse hobby, um dos mais saudáveis que existe, é a cultura por trás dele, tem uma história e sempre que é comemorativo a alguma coisa tem um significado e quando você começa analisar porque foi lançado, culturalmente vai crescendo, ganhando conhecimento”, enfatiza.
Conservação
Vagner explica que existem duas maneiras de guardar, preservar os selos de forma que estes fiquem em perfeita conservação por anos e anos. Uma dela é em álbum plastificado, que tenha uma abertura suficiente para a ventilação. E a outra é com material próprio para a coleção.
Segundo ele, na hora de manusear, é indicado usar uma pinça especial para filatelia, sem friso, lisas. “Por mais limpa que as mãos estejam, sempre contém uma gordura natural que acaba contaminando a qualidade do selo. Na hora não aparece, mas com o tempo as manchas de ferrugem vão surgindo. Usamos pastilhas dicíclicas também para tirar a umidade”, expõe o colecionador.